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Antes de dar início a este capítulo, cabe
aqui inserir uma observação preliminar:
Sabendo
que este livro, possivelmente, citará denominações religiosas, filosóficas,
esotéricas e outras, e que adeptos dessas denominações, tendo acesso a esta
obra, podem se sentir ofendidos ou melindrados com o seu conteúdo, esclareço
logo que o meu objetivo longe está de querer depreciar crenças alheias. O meu
propósito é narrar os caminhos que percorri para chegar à Verdade que cheguei
depois de mais de 40 anos de busca. Portanto, leitor, tudo quanto vires
escrito aqui sobre essa ou aquela religião, seita ou filosofia, deve ser
encarado como conclusão amparada em experiências pessoais próprias e estudos,
e, de modo algum, deve ser vista como intenção de depredar crença ou postura
filosófica religiosa de ninguém. Aceito, por conseguinte, ser contestado, mas
não posso admitir que espíritos mais suscetíveis queiram impedir-me de
manifestar o direito constitucional de exercitar o próprio pensamento.
Escrevendo agora,
não apenas para os ateus, mas também para aqueles que, embora acreditando em
Deus, não professam religião alguma, eu poderia resumir em poucas linhas,
ocupando, no máximo, meia folha de papel ofício, o objetivo e o porquê desta
obra. Seria um texto curto, escrito numa linguagem bem popular, que resultaria
em algo parecido com isto: “Estimado leitor, antes de falar do objetivo deste
livro, preciso dizer que virei um crente evangélico por causa de algumas coisas
inexplicáveis que aconteceram comigo. Um dessas coisas foi que, mesmo sem estar
lá com muita disposição para abandonar o cigarro, eu, movido por alguma força
sobrenatural que foi convocada mediante uma oração feita por um pastor
evangélico, parei de fumar, sem esforço algum além do simples e resumido pedido
que fiz ao líder religioso no seu gabinete, a que, junto comigo e minha esposa,
orássemos a Deus para que Ele, em nome do Seu Filho Jesus, levasse de mim
aquela carteira de cigarros que, antes de iniciada a oração, eu depositara
sobre a sua mesa. Quando eu digo que não tinha vontade de parar com o fumo, o
que eu, de verdade, queria era não ter que passar, de novo, pelo mesmo processo
angustiante da síndrome de abstinência, nome científico que é dado aquele
conjunto de efeitos devastadores que acometem àqueles que tentam parar com o
fumo, usando apenas a força de vontade. Antes daquele encontro com o pastor, eu
já tinha passado por três tentativas de parar de fumar, tendo sido derrotado em
todas elas.
A resposta à oração
proferida pelo pastor foi imediata, pois saí da reunião sem mais vontade alguma
de fumar, e isso depois de 46 anos fumando e já chegando a quase três carteiras
por dia”.
E eu prosseguiria,
dizendo: “em mais algumas linhas, eu poderia acrescentar que colaborou para a
minha conversão um evento sobrenatural que aconteceu numa das aulas do curso
MMI (“Casados para Sempre”) que eu e minha esposa havíamos frequentado. Esses
acontecimentos inexplicáveis fizeram um efeito extraordinário em mim, e constituem
a principal razão da minha conversão”.
E eu poderia dizer
ainda mais: que não é novidade alguma o fato de, no geral, as pessoas serem influenciadas
intensamente por tudo o que que produz,
de forma inexplicável, um efeito benéfico em si mesmas, tal como aconteceu
comigo, ou em terceiros, conforme eu pude presenciar também. E eu prosseguiria,
dizendo: “o objetivo então desta minha preleção é este: a partir da narrativa que farei das experiências que
vivi nesses 40 anos de busca, exortar-te,
caro leitor, a conhecer melhor esse Jesus do Qual tantos falam praticamente no
mundo inteiro, para que, conhecendo-O e tendo intimidade com Ele, possas
usufruir das maravilhas que só Ele pode produzir na tua vida, igual ou até
mesmo maior do que as que aconteceram comigo. É isso aí o que eu queria dizer
antes de começar a montar o núcleo desta obra.”
Conforme podes ver,
meu paciente leitor, para induzir-te a ler este meu trabalho literário, eu
poderia sim resumir, em poucas linhas, mas em tamanho maior que aquele que
leste no prefácio, a apresentação deste livro, ou seja, a natureza do seu
conteúdo e o que pretendo com ele, mas hás de concordar que o efeito dessas
poucas linhas escritas seria praticamente nulo ou até mesmo adverso em ti e na
maioria dos demais que se ocupassem de ler tal apresentação. Por exemplo,
alguns poderiam dizer: “Ora! Tomando por base o que você diz, você deve
acreditar também nos mágicos, vez que eles também fazem coisas que você não tem
como compreender. Certamente, se o artista não antecipasse que a sua exibição
artística é apenas um truque, devo concluir que você o adotaria como um deus”. Se,
enquanto o leitor fizesse esse comentário, ou seja, durante a sua leitura, me
fosse possível responder, eu lhe diria — que me perdoem os purista do idioma
por eu não usar aqui a forma verbal correta (dir-lhe-ia), mas é que eu preciso
ser entendido por todos — que a crença não depende apenas do evento
inexplicável, mas também de determinadas circunstâncias ou aspectos que cercam
o acontecimento e sobre os quais dissertarei mais adiante. Vez que é impossível
eu conversar com o leitor enquanto este lê o livro, ficará ele mergulhado nesta
e em outras questões, as quais, sem possibilidade de serem respondidas durante
a leitura, acabarão por levá-lo ao descrédito quanto ao conteúdo da obra e, a
partir daí, pôr o livro de lado.
Observa que, apenas
por este detalhe da questão levantada pelo leitor, eu teria que acrescentar
mais algumas linhas à minha explanação, para explicar que circunstâncias ou
aspectos são aqueles; e mais ainda aumentaria o texto se, prosseguindo, eu
afirmasse que, tomando por base um daqueles milagres acontecidos e presenciados
por mim, mágico algum é capaz de curar uma menina de seis anos de idade,
portadora de uma doença rara, cuja única salvação residia em encontrar um
doador de medula compatível com a da criança. No milagre, do qual fui
testemunha, a menor foi curada sem necessidade alguma de doador. A
doença simplesmente desapareceu. Aí, eu teria que entrar em detalhes sobre a
moléstia, falar das peregrinações de uma mãe desesperada, semiafogada numa
absurda quantidade de exames e laudos médicos, em busca de doadores de medula...
E tome aí mais páginas escritas.
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Cap. 2: O PORQUÊ DESTA OBRA — Parte 1 de 4
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