Cap. 1: Deus Existe? — Parte 2 de 4

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O ateu quer respostas a questões como estas, cujo entendimento está muito acima do seu limitado universo de conhecimento. Nem adianta expor para ele que, não existindo o mal em todas as suas formas (doenças, carências, frustrações, dor, etc.), necessidade alguma teríamos de Deus. Ele, o Criador de tudo, ao dar fim ao mal, estaria, por consequência lógica, anulando-se a Si mesmo, vez que não haveria necessidade alguma dEle em nossas vidas, o que, seguramente, não faria sentido algum, posto que seria um consumado contrassenso um Deus que cria contra Si mesmo uma  circunstância que anula a possibilidade da Sua própria existência. Por aí, podemos mesmo dizer que a presença do mal no cotidiano de todos, em vez de negar a existência de Deus, a comprova, porque é na vitória sobre o mal, usando os instrumentos ensinados por Ele, é que Deus comprova a Sua existência. Se alguns são atendidos nos seus pedidos, e outros não o são; e se alguns são socorridos por Deus sem nada ter pedido, isto é assunto que nada tem a ver com provas da existência de Deus.
Mas nada disso convence o ateu. O que ele quer é pôr uma grandeza maior (a lógica de Deus) dentro de uma grandeza menor que é a mente das pessoas e, portanto, também do ateu, cujas razões amparam-se em somente 5 sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato, pretende que, para a existência de Deus ficar confirmada, Ele há de se manifestar obrigatoriamente por um ou mais daqueles cinco sentidos.
 Mas há também argumentos de natureza menos profunda, aqueles mais comuns que, por não terem resposta aceitável, acabam virando razões para não crer em Deus. Vejamos algumas destas:
“Não acredito em deus algum, porque, se existisse deus, não haveria fome no mundo”.  Já falei disso a alguma linhas antes, mas voltarei a falar mais abaixo, apenas para reforçar a tese que defendo.
Outro argumento, este, de uma avó cuja neta de 3 anos morreu: “Eu era uma crente fervorosa, mas, quando perdi a minha neta, deixei de acreditar em Deus”.
No primeiro caso, o descrente não seguiu adiante com o seu raciocínio. Se o fizesse, perguntaria: “E se não houvesse fome no mundo, nem violência, nem mortes, nem tragédias, se tudo fosse uma maravilha só, Deus existiria?”. E ele mesmo, o ateu, responderia: “Existiria, mas... para quê, se não precisaríamos dele para nada?”. Ora! Não havendo razão alguma para Deus existir, ele, o ateu, vivendo num mundo perfeito, sem dor de espécie alguma, teria então — aí, sim — razão muito mais robusta para não crer na existência de Deus.
No caso da avó, cuja neta morreu com 3 anos de idade, o que temos é uma declarada revolta dentro de um pensamento egocentrista: as netas das outras avós podem morrer, mas a neta dela, não. Não há o que comentar aqui, vez que as razões do egoísmo, amparadas nessa conduta mental infantil, dissolvem-se em si mesmas.
No fundo, antes de ser uma sincera declaração de descrença, a negativa do ateu é um ato de rebeldia: ele, o ateu, na verdade, lá nas profundezas de sua mente, ao menos desconfia da sua descrença; mas, porque não obtém aquelas respostas, ou porque sofreu algum tipo de perda ou decepção, ele se comporta como criança pirracenta: “Enquanto você não provar que existe, eu o negarei”. Mas nem ele mesmo, o ateu, sabe como Deus poderia, particularmente, provar que existe além das evidências que Ele, enfaticamente, nos apresenta. Supondo que Deus pudesse ser apalpado, nem isso seria suficiente, porque qualquer pessoa poderia apresentar-se a ele como Deus. Também de nada valeria Deus produzir alguma maravilha ante os seus olhos, porque o ateu diria que se trata de um número de mágica. Enfim, o ateu, além de não acreditar na existência de Deus (na verdade, ele não quer acreditar), também não sabe que tipo de prova bastaria para convencê-lo.
Por tudo isto escrito até aqui, cheguei à conclusão de que, para convencer o ateu de que Deus existe, há um meio que pode dar bom resultado, qual seja, aquele que faz uso de dois elementos que ele conhece e acredita: a Lógica e a Física. Veremos então, a partir do próximo parágrafo, como é possível juntar esses dois elementos para provar ao ateu que Deus existe; e, considerando que os ateus, de modo geral, são pessoas bem informadas, usarei o ambiente da Informática para montar o meu argumento contendo Lógica e Física.
No que toca à Física, antecipo logo que a base do meu argumento veio de uma pergunta que fiz a um dos meus irmãos em Cristo, cujo nome, em respeito a sua privacidade, altero aqui para Tomé, que conheci numa reunião de famílias da igreja da qual faço parte. Embora eu ainda não tivesse me convertido à fé evangélica, frequentava as reuniões com a minha esposa.
Convém abrir aqui um parêntese para responder àqueles que, eventualmente, venham a perguntar sobre o nome da igreja a qual pertenço. Não declino o nome da congregação religiosa que frequento,  porque quero evitar interpretação errada sobre a finalidade desta obra. O objetivo deste livro não é o de propagar sobre qualidade de igrejas; mas, sim, a partir dos objetivos declinados no prefácio, ensejar a que o leitor, depois de, nas letras, percorrer por toda a trajetória que percorri, sentir despertar em sua mente aquela mesma disposição que surgiu em mim, aquela vontade de encontrar também uma razão para a sua existência neste mundo. Por isto, o máximo que me permito dizer é que a igreja a qual pertenço é uma das muitas existentes no mundo, classificadas como cristã evangélica. 

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